O Movimento Novas Economias foi um evento pensado para representar um novo imaginário para os paradigmas sociais, ambientais e econômicos do século 21. O encontro reuniu diversos profissionais da área, promovendo a discussão e o diálogo sobre as novas economias e o impacto socioambiental.
O evento aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro, foi realizado pelo Impact Hub Brasília e pelo NOUS Ecossistema e contou com o apoio institucional da Cotidiano Aceleradora, ABDI e patrocínio da Coalizão pelo Impacto e Instituto Sabin.
Palestra | Os desafios da jornada para Startups de Impacto: horizontalização da estrutura de negócio
A terceira palestra do Movimento Novas Economias falou sobre temas como filantropia, desafios para startups de impacto e horizontalização da estrutura de negócio. O convidado para palestrar foi Rafael Rodeiro (CEO e Fundador da Ribon) e a moderação foi feita pela Isabela Almeida (sócia da Cotidiano Aceleradora).
Rafael iniciou a apresentação falando sobre a Ribon, uma plataforma de arrecadação de fundos filantrópicos. Dando continuidade ao assunto, ele destacou alguns desafios da filantropia tradicional como atrair pessoas para doar, por exemplo. De acordo com o palestrante, esse modelo exige muito investimento e exposição. Dessa forma, a Ribon buscou outras formas de fazer doações.
Ele também fez um comparativo entre o Brasil e os Estados Unidos. “Aqui, a maioria das doações são de empresas, já nos EUA, 90% delas são feitas através de pessoas”, contou Rodeiro.
O convidado também falou sobre a evolução do modelo de negócio da Ribon. A startup nasceu como um app, que ao ser baixado, mostrava anúncios na tela do celular e a cada vez que ela era aberta, automaticamente, uma pequena quantidade de dinheiro era doada. Depois de algum tempo, os usuários começaram a querer doar o próprio dinheiro.
Sobre a horizontalização da estrutura do negócio, Rodeiro citou o livro chamado “Reinventando as Organizações”, que fala sobre práticas de gestão em determinadas empresas. Ele contou que isso o inspirou muito sobre as práticas em sua startup. Um exemplo dessas práticas é a definição de virtudes. A Ribon possui quatro e uma delas é a construção de confiança entre todo o time.
Ainda sobre a estrutura de negócio em sua startup, Rafael disse que, “quando não tem uma pessoa te cobrando, quem mais te cobra é você mesmo”.
Painel | Captação de investimentos para negócios de impacto
O último painel do evento abordou assuntos como startups de impacto, investimentos de impacto e Blended Finance.
Os convidados foram: Ana Arksy (CEO da 4 Hábitos Para Mudar o Mundo), Marcos Olmos (Diretor de Venture Capital da Vox Capital), Fábio Deboni (Diretor de Programas da CIAT) e moderação da Isabela Almeida (sócia da Cotidiano Aceleradora).
Ana iniciou o painel falando sobre startups de impacto e deu um conselho, “o seu faturamento precisa ficar claro, pois quando você tiver parceiros investidores, ficará claro onde você está”.
Fábio destacou a importância de medir o impacto e pontuou que grande parte das empresas ainda não realizam essa prática.
Sobre os desafios para encontrar investidores de impacto, Fábio falou que as pessoas precisam “saber em qual porta bater, qual investidor buscar e o momento que está”. O convidado completou: “quando você encontrar o investidor, precisa ter claro o que vem junto com o recurso. Uma série de demandas deverão ser entregues”.
Ana continuou na mesma linha de assunto e falou que “na startup, o primeiro desafio é entender qual estágio você está. Isso decide com quem você vai conversar. É necessário entender as dores do fundo investidor, quais são os planos dele e entender como entregar valor para ele”.
Ainda sobre essa busca de investidores, Marcos disse que “é muito importante você ter a projeção do cenário empreendedor como um todo. Então, você tem que participar de hubs, se conectar com aceleradoras, participar de eventos, para que, assim, o seu trabalho seja conhecido”.
Fábio apresentou alguns dados sobre recursos filantrópicos para negócios de impacto. “De acordo com a PIPE, 44% dos negócios alegam que já acessaram recursos de doação ou investimento, e desses 44%, 69% acessaram a doação”, contou Deboni.
Ana falou sobre seu empreendimento para exemplificar o tema na prática. “O começo da 4 Hábitos foi com estágio fomento. Na jornada de uma startup, quanto mais você avança, mais descobertas você faz.” A participante completou que “os negócios de impacto têm desafios iguais aos negócios tradicionais. Não é como você faz, é como você entrega valor para a sociedade e para os stakeholders”.
Para finalizar o painel, Isabela perguntou como os convidados enxergam o futuro dos investimentos para as startups de impacto. Esses foram alguns pontos destacados:
- Crescimento do Blended Finance;
- Utilização de ferramentas e tecnologias disponíveis, como a Inteligência Artificial;
- Construção de relacionamento com investidores;
- Permanecimento da simplicidade com as perguntas básicas como ‘qual é o seu propósito; qual impacto você quer gerar; e aonde quer chegar’.
World Café em Tópicos | Investimento para as novas economias
O tema principal do primeiro World Café tratou sobre investimentos para Novas Economias e foi mediado por Carol Freitas (sócia do NOUS Ecossistema).
Carol iniciou o assunto explicando sobre o warm datas, uma avaliação de dados mais qualificados, principalmente na área de impacto. De acordo com Carol, “o dado nunca pode estar desvinculado de uma narrativa, precisa estar junto de um contexto”.
Antes do momento de conversa entre os participantes, Carol fez um aquecimento. Ela apresentou alguns dados que foram mostrados nas palestras anteriores do evento. Assim, cada pessoa teve que escolher um dado e comentar sobre ele com grupos diferentes. Um dos dados, por exemplo, era: 1,9% do PIB brasileiro é feito por Unicórnios.
Sobre o World Café, que foi uma dinâmica em grupos de 4 pessoas que trocavam de lugar, Carol disse que “ele foi pensado dessa forma, pois estar num círculo menor de pessoas faz a conversa fluir mais”.
Carol também abordou a origem da palavra “economia”, que vem da administração de uma casa, pois ela deriva do grego “oikonomía”: oikos – casa, moradia; e nomos – administração, organização, distribuição.
Para iniciar o World Café em si, a mediadora explicou a Dinâmica do Anfitrião da Mesa, em que apenas uma pessoa da mesa participa da conversa, registra tudo o que acontece e faz uma síntese para contar para o seu grupo o que aconteceu nos debates com as outras equipes.
Os participantes tiveram 4 rodadas, com 4 perguntas diferentes para debater com o maior número possível de pessoas. Os questionamentos foram:
- Quais são os principais desafios que os empreendedores enfrentam ao buscar investimentos para novas economias?
- Como podemos alinhar melhor os interesses dos investidores com as metas das novas economias?
Na última rodada, houve a construção da síntese, de acordo com todas as discussões. Para construí-la, Carol fez a seguinte pergunta: “como o seu grupo conectaria investimentos na nova economia?”. Essas foram algumas respostas:
- Comunicação certeira com os investidores para chegar ao objetivo;
- Sensibilizar e educar os investidores com linguagem simples e acessível;
- Alinhamento e planejamento desde o início do investimento;
- Flexibilizar os critérios para o investimento;
- Trazer o lado humano;
- Unificar a capacitação dos empreendedores;
- Mudar a lógica da economia linear.
World Café em Tópicos | Contribuição dos negócios de impacto para as novas economias
Na segunda sessão do World Café, Carol fez uma introdução semelhante à anterior e seguiu para as rodadas de conversa. As perguntas para os grupos discutirem, foram:
Rodadas:
1: Quais são os critérios-chave que definem um negócio como “de impacto”?
2: Quais são os benefícios de promover negócios de impacto e como podemos incentivar o crescimento?
3: Como podemos ampliar a atuação dos negócios de impacto nas novas economias?
4: Como o seu grupo percebe a contribuição de negócios de impacto para as novas economias?
Para finalizar, cada grupo apresentou seu quadro com valiosos insights e informações.
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