outubro 29, 2021

2º dia do Fórum de Advocacy e Impacto: saiba tudo que aconteceu

O segundo dia do nosso Fórum de Advocacy e Impacto foi recheado de grandes nomes e experiências nacionais e internacionais. O encontro começou com uma discussão fundamental: Como influenciar o executivo? Implementação de políticas públicas e Delivery Unit​s.

Impacta Mundo – Como influenciar o executivo?

Os convidados expressaram suas ideias e opiniões sobre os desafios do Brasil e do mundo na implementação de políticas públicas usando exemplos como o Delivery Unit.

Michael Barber, fundador e presidente da Delivery Associates, que tem experiência dirigindo o gabinete do primeiro ministro do Reino Unido, começou a conversa apontando um fato: “quando você é um governante, as pessoas podem simplesmente dizer que as coisas vão bem ou mal. Mas você precisa de bons dados, vindos de todos os locais, para saber realmente se as políticas públicas estão funcionando.”

Com 12 anos de experiência em gestão de projetos na área pública, Jussara Negromonte, da Delivery Associates, relatou a falta de clareza nas políticas públicas. “As metas públicas são captadas muito no sentido de esforços. Propostas de políticas ou realização de workshops, por exemplo. Mas essas métricas dizem muito pouco aos cidadãos. É importante haver metas claras”, disse.

Podemos ver que estabelecer metas claras é de grande importância para que as políticas públicas deem certo, caso não ocorra isso, fica mais difícil enxergar qual o caminho a se seguir para alcançar os objetivos públicos.

Enxergamos isso na fala do Jorge Gerdau, presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo, que reforçou  a relevância das metas bem definidas: “Nós podemos ter propósitos, mas se não tivermos metas definidas e responsáveis pela execução, é quase como se não tivéssemos planejamento. Sem uma cultura de governança, não vamos sair do lugar”.

A transparência pode ser o começo da mudança do país, capacitando o povo para ter participação e uma voz dentro da política mais forte e relevante.

Todo político sempre faz promessas, mas por que nunca as cumprem? Caio Penido, presidente do IMAC, mostrou alguns dos motivos: “A gente vê muitos governantes sendo eleitos com propostas de mudança, mas quando assumem os cargos, se rendem ao jogo pelo jogo. São sufocados por acordos, concessões. Isso desestimula muito a revolução do setor público, de melhoria, de eficiência. A burocracia também”.

Renato Godoy, coordenador de Relações Governamentais do Instituto Alana, expôs a grande necessidade da transparência na política. “É fundamental nos mobilizarmos em relação às eleições do ano que vem. Buscarmos um debate centrado na solução para a falta de transparência, a falta de dados e todos os problemas de governança que impedem que tenhamos políticas públicas para melhorar o dia a dia do país”, relatou.

Advocacy na Cultura: Case Americans for the Arts

Após a enriquecedora primeira parte, entramos em um estudo do case de 60 anos da Americans for The Arts e discussão sobre Advocacy na cultura no Brasil. Além disso, também houve o diálogo sobre o papel da arte e dos artistas na promoção e defesa de causas.

Cultura é o tipo de investimento que sempre vai te gerar retorno, ideia central da fala de Paulo Zuben,  diretor-presidente da ABRAOSC. “A cultura gera uma transformação que é transversal a outras áreas, como saúde, educação, relacionamentos e outras. Cada real investido retorna positivamente para a sociedade”, enfatizou.

Aline Torres, Secretária Municipal de Cultura de SP, que trabalha com gestão cultural há 10 anos, mostrou como a cultura é benéfica para todas as áreas na política do país. “É importante educar os prefeitos, os vereadores e agentes locais sobre a importância da cultura. Ela faz as pessoas adoecerem menos, gera efeitos positivos. Precisamos ter esse debate contínuo neste momento de retomada da economia”, afirmou.

Após os convidados expressarem seus pensamentos e conhecimentos, ficou ainda mais clara a importância de valorizarmos a cultura, ainda mais no Brasil, um país tão rico e tão diverso de costumes e tradições que só seria benéfico para o país o investimento em áreas culturais.

Debate 1 | Comunicação e Advocacy: envolvimento, engajamento e mobilização

Mais para o final do dia, começaram os debates. Os convidados expressaram seus pontos de vista sobre o papel das empresas nas defesas de causas e em ações de Advocacy. Comentaram também a respeito da atuação para além da responsabilidade social.

Carolina Pasquali, diretora-executiva do Greenpeace Brasil, explicou como a comunicação é importante para empresas na atualidade. “Comunicação, lá atrás, era feita por organizações quase como prestação de contas. Mas é uma ferramenta estratégica de advocacy, essencial para ampliar o debate sobre as pautas. Estamos aprendendo a usá-la de novas formas, para o começo dos processos”, concluiu.

A comunicação é uma área que nunca vai parar de evoluir, basta fazer um comparativo de como a gente se comunicava há 15 anos atrás e ver como é hoje. E por isso, as grandes empresas precisam usar as novas ferramentas da melhor forma possível.

Rodrigo Santini,  líder da Marca e Missão Social Ben & Jerry’s Brasil e também vice-presidente do conselho do Greenpeace Brasil, fez um ótimo comparativo entre o marketing de causa e o ativismo. “Marketing de causa tem métricas ligadas ao desempenho da marca e ao impacto no consumidor. Já o ativismo, não. Está nos valores, nas mudanças que o território necessita. E as métricas estão relacionadas ao que a causa precisa”, relatou.

Precisamos ter mais responsabilidade com nossa comunidade, afirma Percival Caropreso, Fundador da Setor 2 ½ Comunicação. “Num país como o nosso, tão injusto, desigual, desequilibrado, quem tem privilégio de morar, comer, estudar, conviver serenamente com pessoas, tem que dar uma contrapartida de responsabilidade para a vida, para a comunidade em que mora”, afirmou.

A comunicação interna e  externa das empresas deve seguir a mesma linha, de acordo com Elisa Prado, diretora de Comunicação Corporativa da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo. “É preciso haver coerência e consistência nos discursos das empresas. E isso tanto para dentro quanto para fora. Não dá mais para pensar em comunicação interna separada da comunicação externa”, disse.

A consistência na coerência dos discursos atuais, está cada vez mais precária. Com a internet tudo vem e vai muito rápido, por isso devemos nos atentar aos valores de cada um para ver se aquele tipo de comunicação condiz com a verdade. Muitas pessoas e empresas acabam usando sua comunicação para mostrar uma personalidade que não existe, causando um impacto negativo para o futuro.

Debate 2 | ​Da responsabilidade social ao impacto social: advocacy por um novo capitalismo

Para finalizarmos o segundo dia de evento, no último debate, os convidados discutiram como, em um país desigual e ainda precário em áreas sensíveis como saúde, educação, habitação e serviços financeiros, os negócios de impacto podem assumir um papel bastante relevante no caminho para a transformação social.

Atuando como empreendedora de impacto social desde o ano 2000, Maure Pessanha, co-empreendedora da Artemisia partilhou: “O nosso objetivo é chegar ao dia em que os negócios de impacto contribuam para complementar ou facilitar o acesso à oferta pública de serviços, melhorando a vida das pessoas”

Mariana Fonseca, cofundadora da Pipe Social comentou sobre o avanço das empresas no Brasil sobre negócios de impacto. “O ponto positivo é que o ESG e a consciência dos negócios de impacto têm saído da área de marketing e começam a chegar ao P&D, à logística e à cadeia produtiva das empresas”, pontuou.

Continuar dependendo do governo, achando que ele deve resolver todos os problemas é algo equivocado a se pensar. Existem tantas empresas de renome e força, capazes de gerarem um impacto muito positivo em nossa sociedade, fazendo com que o povo evolua junto, aprimorando um âmbito geral e desenvolvendo cada vez mais o nosso país.

Encerramento do Fórum de Advocacy e Impacto

Após um grande segundo dia, muito aprendizado, e conversas inspiradoras, ainda tem mais um dia de evento.

Então não deixe de assistir na íntegra aos talks, entrevistas e rodas de conversa do Fórum de Advocacy e Impacto 2021: 

Fórum de Advocacy e Impacto 2021 – 20/10/21- Manhã

Fórum de Advocacy e Impacta 2021 – 20/10/21 – Tarde/Noite

Advocacy e Impacto em 2024

O Impact Hub Brasília e a Impacta Advocacy lançam o curso Advocacy de Impacto com o objetivo de apresentar o advocacy como uma via para gerar e escalar impacto socioambiental. 

O curso será híbrido, com 6 encontros on-line e ao vivo, via plataforma Zoom e 3 palestras presenciais, em Brasília. Os encontros acontecerão toda quinta-feira de 19h às 21h, do dia 22 de agosto ao dia 17 de outubro de 2024.

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