março 31, 2025

Negócios de impacto é pauta no Esquenta Impacta Mais 2025

Negócios de impacto

No dia 14 de março, o Impact Hub Brasília foi a sede para o evento de aquecimento do Impacta Mais 2025. Um dos principais temas debatidos entre os convidados foi, como funcionam os negócios de impacto no Brasil. Outro ponto abordado dentro dessa mesma perspectiva foi a maneira de obter acesso aos investimentos de impacto.

O Esquenta Impacta Mais teve como objetivo criar um ambiente de troca e aprendizado sobre a área de investimentos de impacto. Empresários, investidores e especialistas se reuniram para discutir soluções inovadoras com foco socioambiental e como esses negócios de impacto podem ter um melhor posicionamento na economia.

O Impacta Mais, evento principal que ocorreu nos dias 19 e 20 de março, em São Paulo, reuniu grandes líderes do setor. Neste ano, o Impacta Mais operou em duas frentes: Fórum de Economia de Impacto e Feira de Negócios de Impacto. 

Conectando empresas e investidores de impacto

No Esquenta Impacta Mais, o painel sobre o papel do Centro-Oeste no ecossistema de investimentos de impacto destacou a crescente relevância da região. 

Investimentos de impacto unem retorno financeiro com geração de benefícios socioambientais, promovendo o desenvolvimento sustentável em diversas áreas. Esse tipo de investimento visa o lucro com propósito e apoia soluções para desafios como desigualdade, mudanças climáticas, educação e saúde acessível para populações vulneráveis ao redor do mundo.

Marcelo Lobo, Managing Partner da Ermida, e Rafael Moraes, sócio e investidor anjo do Estuda.com, compartilharam suas histórias e experiências sobre o crescimento do ecossistema de negócios de impacto. 

Marcelo, que tem uma vasta experiência no mercado de venture capital, explicou como sua jornada com investimentos começou em Brasília, ainda na década de 2010. Ele mencionou que, inicialmente, não imaginava que, anos depois, estaria gerenciando o Criatec 2, um fundo de venture capital. 

Rafael, por sua vez, destacou o papel da educação como um dos setores mais importantes para transformar o Brasil. “Sempre fui apaixonado por educação. Só a educação pode realmente fazer o país ficar melhor”, afirmou Rafael.

Rafael também contou como seu envolvimento com a startup Estuda.com começou. Investiu na empresa em 2018 e, dois anos depois, passou a trabalhar diretamente com o time. Ele ressaltou a importância de estar comprometido com a educação e com o impacto social no Brasil. “Hoje, eu trabalho full time no Estuda.com. Esse é meu emprego”, enfatizou. 

O cenário de negócios de impacto no Brasil

O evento também abordou os principais desafios enfrentados pelos negócios de impacto no Brasil. O ecossistema ainda carece de estrutura e educação sobre como gerar impacto positivo. Apesar de iniciativas de  fundos de investimentos de impacto não possuírem tanta representatividade no  mercado de Venture Capital, o setor tem se consolidado através de ações locais e nacionais, gerando resultados significativos.

Marcelo e Rafael salientaram a necessidade de uma taxonomia clara e uma comunicação eficaz sobre o que caracteriza um negócio de impacto. “A complexidade do Brasil, com suas dimensões continentais e diferentes realidades, impede um avanço mais rápido”, comentou Rafael. Ele destacou que o conceito de negócio de impacto ainda precisa ser melhor compreendido, principalmente no governo e nas políticas públicas.

Ambos os investidores destacaram que, para o setor de negócios de impacto crescer, é necessário criar uma linguagem comum entre todos os atores envolvidos. Isso inclui empreendedores, investidores e o governo. Marcelo destacou que a comunicação eficiente sobre o impacto social e ambiental pode acelerar a transformação no país.

Desafios e oportunidades para os negócios de impacto

Outro ponto importante discutido no evento foi a autossuficiência dos negócios de impacto. Muitos empreendedores ainda não medem o impacto de maneira consistente, o que dificulta o desenvolvimento e alcance de mais negócios de impacto. A falta de transparência e de metodologias impede que o setor cresça de forma sólida. Muitas vezes o empreendedor possui um propósito, mas não se posiciona como um negócio, o que atrasa o crescimento. 

Rafael e Marcelo concordaram que o ecossistema de negócios de impacto precisa ser mais autossuficiente, sem depender exclusivamente de recursos governamentais. Rafael afirmou: “lidar com o dinheiro público é outra coisa bem diferente. Quando você investe o seu próprio dinheiro, a dinâmica é outra”. Ele enfatizou que o setor privado precisa ser mais responsável e assumir um papel de maior autonomia.

Marcelo acrescentou que, para que os negócios de impacto prosperem, é necessário adotar uma cultura de impacto que gere visibilidade. “Hoje, estamos trabalhando com um fundo de R$ 156 milhões e nossa missão é garantir que as oportunidades de impacto no Centro-Oeste sejam visíveis”, comentou. O foco deve estar em identificar e fortalecer o potencial em todas as regiões do Brasil.

A colaboração contínua entre investidores, empreendedores e o governo será essencial para que o impacto social e ambiental se torne uma realidade mais tangível. Com a troca de experiências e insights sobre o futuro dos negócios de impacto, o evento deixou claro que, apesar dos desafios, o setor está se fortalecendo.

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