No último dia 28, aconteceu, no Impact Hub Brasília, a Caravana de Impacto DF do Impacta Mais 2024. O evento foi promovido pelo Impact Hub Brasília, em parceria com a Enap e a Coalizão pelo Impacto DF, patrocínio do Sebrae e apoio do Impacta Mais. Em primeiro lugar, a programação contou com paineis e oficinas colaborativas, abordando temas estratégicos como a Agenda 2030, regulamentações ambientais e negócios de impacto. Nesse sentido, a Caravana faz parte do Impacta Mais, evento promovido pelo Impact Hub São Paulo que acontecerá em março de 2025.
Abertura da Caravana de Impacto
Deise Nicoletto, CEO e fundadora do Impact Hub Brasília, deu início ao evento e, logo depois, passou a palavra para os patrocinadores. Bem como, Isabela Patrocínio, Gestora de Inovação e Sustentabilidade do Sebrae DF, Luís Guilherme Izycki, Gestor de Projetos na Enap e Daniela Estevam, Coordenadora Local da Coalizão Pelo Impacto, deram seguimento ao evento falando sobre a atuação e oportunidades das instituições patrocinadoras que cada um estava representando.
Duda Scartezini, sócio do Impact Hub Brasília, também participou do momento de abertura, falando do propósito do Impact Hub em contribuir com a dinamização do ecossistema de impacto. Duda também falou sobre a expansão da organização para outras cidades do Brasil, principalmente na região Nordeste. “Eu sempre falo que o Brasil é o melhor lugar do mundo para pensar em impacto, pelas suas dimensões, pela sua unicidade. Então, quem quer ser impactante tem que estar no Brasil inteiro e atuar nacionalmente”, finalizou Duda.
Painel Agenda 2030 e ODS – Desafios Locais
Primeiramente, o painel contou com a participação de profissionais renomados da área de sustentabilidade e impacto. Contudo, fizeram parte do bate-papo, Isabela Patrocínio, Barbara Pacheco, CEO da VerdeNovo Sementes Nativas, Cristiano Prado, Líder de Projetos Econômicos e Sociais do PNUD, Marcelo Lourenço, Gerente Executivo do Fundo Socioambiental CAIXA e Thânisia Cruz, CEO da Elas no Poder.
Cristiano Prado inicia o bate-papo falando sobre a ONU e a atuação de algumas agências que fazem parte da organização, principalmente o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que trabalha para a eliminação da pobreza e redução da desigualdade. Logo após, ele conta uma breve história de como surgiu a Agenda 2030. De acordo com Cristiano, “os ODS são uma ambição que o mundo quer perseguir, que tenta alcançar metas e objetivos que os países buscarão individualmente e coletivamente.”
Ainda explicando sobre a Agenda 2030, Prado conta que, “essa é uma agenda construída no âmbito da Organização das Nações Unidas, mas ela não é somente da ONU, pois ela não tem a capacidade de transformar o mundo sozinha. Contudo, é uma agenda de todos: da academia, das empresas, das pessoas”, relatou Prado.
Além disso, Isabela, mediadora do painel, completou, “é um documento completo, que consegue enxergar de uma forma transversal. Bem como, desde a nossa Constituição de 1992, nunca teve um documento tão maravilhoso”, finalizou.
A princípio, Marcelo trouxe algumas ações e projetos que a CAIXA realiza para fomentar a Agenda 2030. “Vamos entrar com um projeto que vai investir quase 20 milhões de reais voltado para construir casas de palafitas em regiões ribeirinhas”, contou. Ele complementou dizendo que, “são várias áreas envolvidas, muita gente trabalhando para conseguirmos trazer um resultado legal pro Brasil, pois sabemos que nosso país tem um potencial gigantesco para fazer as coisas realmente acontecerem.”
Thânisia segue o bate-papo explicando sobre o Elas no Poder, uma organização que atua para impulsionar e mobilizar mulheres interessadas a ocuparem carreiras de alto escalão como vereadoras e governadoras. Bem como, sobre a atuação da organização em torno dos ODS, Thânisia disse que os ODS que mais atua com a Elas no Poder são o 4, 5 e o 17. “Nosso trabalho, pensado de uma forma mais transversal, seria tornar com que essa agenda seja mais próxima das pessoas, facilitando o entendimento dessa pauta”, completou.
Bárbara Pacheco falou sobre a atuação da VerdeNovo, um negócio de impacto de Brasília. “O que eu faço em prol da Agenda 2030 é plantar, e muito mais do que isso, começar a atuar de forma política, com uma força existencial.” Nesse sentido, ela finaliza sua fala, reforçando que “a gente tem que ir junto, para não estarmos mais atrás. O meu sonho é que não tenhamos mais ODS, mas sim, que tenhamos uma era de envolvimento regenerativo”.
Isabela Patrocínio fala sobre negócios de impacto e da importância desses empreendimentos para que possamos atingir as metas da Agenda 2030. Além disso, a mediadora também reforçou, durante toda a conversa, a importância da união de diversos setores como sociedade civil, governos e empresas para atingir os objetivos desejados.
Oficina de Oportunidade de Negócios
A princípio, a oficina foi iniciada pelo Gerente-Executivo do Instituto Sabin, Gabriel Cardoso. Ele falou sobre o conceito de negócios de impacto e quais são os critérios que um negócio precisa seguir para que ele seja considerado de impacto. Bem como, Gabriel reforçou a importância do 4º critério, que é o compromisso com o monitoramento do impacto gerado. “Mensurar é importante, pois se tudo é impacto, nada é impacto”, enfatizou.
Confira o resultado dos principais desafios e oportunidades mapeadas:
DESAFIOS
Meio Ambiente
- Reduzir o desmatamento no cerrado;
- Conter a especulação imobiliária;
- Promover o equilíbrio entre aptidão à agricultura no Centro-Oeste x proteção do bioma;
- Realizar coleta seletiva;
- Combater o desmatamento do cerrado e pantanal;
- Combater a poluição dos corpos d’água.
Sociedade
- Disponibilizar transporte público que atenda o acesso à cultura, ao lazer e ao trabalho;
- Ampliar os pontos de venda de cartões de passagem;
- Promover a capacitação e qualificação profissional dos jovens residentes das periferias em Tecnologia da Informação (TI);
- Integrar e promover interconexão cultural com a população do DF;
- Promover acesso a mesma qualidade de serviço para toda a população do DF;
- Diminuir as taxas de violência contra mulheres no DF;
- Tornar as calçadas das unidades administrativas acessíveis;
- Tornar os e-commerces mais acessíveis.
Economia
- Preparar os empreendedores para habilitação em editais e geração de renda;
- Conscientizar a alta gestão não apenas da relevância econômica;
- Aumentar a distribuição de renda;
- Reduzir a perda e o desperdício de alimentos.
OPORTUNIDADES
Meio Ambiente
- Oferecimento de incentivos a brigadas de incêndio voluntárias;
- Lançamento de editais de fomento para soluções aplicadas ao cerrado;
- Promoção de práticas de arquitetura e urbanismo para conforto térmico;
- Fomento de práticas de agricultura sustentável, como CSA, bioinsumos e SAF.
- Implementação de programas de educação ambiental;
- Oferecimento de incentivos para a produção sustentável.
Sociedade
- Ampliação do acesso a TI nas periferias;
- Ampliação cultural e conexões;
- Criação de oportunidades de interação entre indivíduos, regiões dentro da RIDE;
- Mapeamento da qualidade da prestação de serviço de forma colaborativa;
- Fortalecimento de mecanismos de fomento;
- Inclusão de qualificação nas universidades para desenvolver profissionais com vistas às acessibilidades arquitetônicas e digitais;
- Cidade Sul -> Criação de startup para receber entulho de reformas, para reciclagem e criação de subproduto para fabricação de piso tátil, calçadas, bancos, implantados em equipamentos públicos;
- Cidade limpa -> Criação de startups integradoras de e-commerce, que conheçam as necessidades dos envolvidos no processo;
- Implantação de transporte escolar com monitores;
- Criação de aplicativo de benefícios gamificados para famílias que pontuam ao se juntarem à mesa sem celular; e uma IA que calcula o ranking dos vídeos à mesa e os premiados ganham voucher para se reunirem em restaurantes parceiros.
Economia
- Criação de selos de competência ambiental alinhados à isenção fiscal;
- Distribuição de renda e fortalecimento da cultura local;
- Promoção de conhecimento, comercialização de bens intangíveis;
- Implementação de lei de incentivo fiscal para empresas que têm desperdício zero;
- Usar o poder de compra do Estado para fomentar o setor produtivo de impacto.
Sobretudo, mais do que um evento, o Impacta Mais DF foi um movimento de construção coletiva, onde cada conexão estabelecida reforça a certeza de que, juntos, podemos transformar o presente para impactar o futuro. Agradecemos a todos que estiveram presentes e fizeram parte desse encontro!
As inscrições para o Impacta Mais 2025: Fórum de Economia de Impacto, já estão abertas! O evento, realizado pelo Impact Hub SP, acontecerá em São Paulo, nos dias 19 e 20 de março. Participe!