Milhões de brasileiros ainda não têm acesso ao saneamento básico. Como o nome já diz, esse serviço é um item básico para uma pessoa viver com dignidade. A indisponibilidade de saneamento para tantos brasileiros põe em risco a saúde pública e ainda causa diversos danos ao meio ambiente.
Além da falta de saneamento, provavelmente, milhões de pessoas ainda poderão sofrer com a falta de água futuramente. De acordo com o estudo Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil, feito pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a disponibilidade hídrica pode cair até 40% em regiões hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste até 2040.
De acordo com dados da OMS e da UNICEF, em 2022 o Brasil ocupava a posição 85 no ranking mundial de oferta de água e esgoto tratados, que reúne 137 países do mundo. Esse dado preocupante mostra que as políticas públicas de saneamento básico ainda precisam melhorar muito em nosso país.
O que é saneamento básico
O saneamento básico refere-se ao conjunto de medidas e infraestruturas que tem o objetivo de promover saúde pública, prevenindo doenças e proporcionando condições adequadas de vida. Isso é feito através do acesso a serviços de água potável, coleta e tratamento de esgoto, manejo adequado de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais.
As principais atividades do saneamento básico são:
- Abastecimento de água: garantir o acesso da população à água potável de qualidade para consumo humano e atividades domésticas.
- Coleta e tratamento de esgotos: captar, transportar e tratar os resíduos líquidos gerados nas atividades humanas. Assim, é possível evitar a contaminação do meio ambiente e prevenir doenças.
- Drenagem urbana: gerenciar as águas pluviais, evitando inundações e alagamentos nas áreas urbanas.
- Manejo de resíduos sólidos: coletar, transportar, tratar e destinar adequadamente os resíduos sólidos.
Esse serviço é de extrema importância para a promoção da saúde pública e qualidade de vida. Dessa forma, também contribui para a redução da incidência de doenças transmitidas pela água e melhora as condições ambientais nas comunidades.
Dados do saneamento básico no Brasil
Os dados do saneamento básico no Brasil mostram uma dura realidade. De acordo com levantamento conduzido pelo Instituto Trata Brasil, dentre as 74 milhões de moradias no Brasil, quase 9 milhões não têm acesso à rede geral de água e 17 milhões enfrentam uma frequência insuficiente de recebimento.
Ainda sobre o levantamento, 1 milhão de moradias não possuem banheiro e 22 milhões não contam com coleta de esgoto. Isso quer dizer que, todos os dias, o equivalente a 5.522 piscinas olímpicas cheias de esgoto são despejados nos mares e rios.
De acordo com dados de 2022 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a região Sul tem o maior índice de fornecimento de água tratada (91,6%). Já a região Norte possui a menor taxa de cobertura (64,2%). No ranking do saneamento que engloba 100 municípios brasileiros, divulgado pela Trata Brasil, o Distrito Federal aparece na vigésima posição, com 86% de todo o esgoto tratado.
No Brasil, existe o Novo Marco Legal do Saneamento desde 2020. Essa lei define algumas metas como a cobertura nacional de 100% de água tratada e 90% de redes de coleta e tratamento de esgoto até 2033. Não é possível saber se esses objetivos serão cumpridos, já que segundo dados do SNIS, apenas 51,20% de todo o esgoto gerado no Brasil é devidamente tratado.
Quais são as consequências da falta de saneamento?
Grande parte dos brasileiros não possuem o conhecimento de todos os malefícios da falta de saneamento básico. Em relação à saúde pública, essa necessidade pode causar doenças transmitidas pela água e mortalidade infantil, por exemplo.
Como consequência da saúde pública fragilizada, pode haver um aumento nos custos de cuidados de saúde, ausência escolar e perda de produtividade no trabalho. Isso impacta negativamente o desenvolvimento socioeconômico das comunidades.
Já nos impactos ambientais, temos a contaminação da água, em decorrência do lançamento inadequado de esgoto não tratado em mares, rios e lagos. Além disso, podemos citar a degradação do solo, emissão de gases de efeito estufa, perda de biodiversidade, impacto nos ecossistemas aquáticos e muitos outros.
Como preservar a água?
Além da falta de acesso ao saneamento básico, também é importante dar atenção à preservação das águas, um recurso que já é escasso em diversos países. Por esse motivo, é necessário colocar em prática as medidas de preservação que já conhecemos. Se atentar aos vazamentos internos, evitar o desperdício de água no dia a dia, não jogar lixo em rios, lagos e praias são algumas das ações necessárias.
No Impact Hub Brasília, por exemplo, além de diminuir a pressão da água das torneiras, também utilizamos o Piipe nos banheiros do coworking. Esse é um produto que trabalha nas características da urina, removendo o odor, alterando a coloração e perfumando o local, sem a necessidade de usar a descarga.
Outra iniciativa que tem o objetivo de preservar a água é o Ocupe o Lago. Esse projeto, que participou da segunda edição do Descentraliza DF, conta com a ajuda de voluntários para retirar lixo do Lago Paranoá. No domingo (24/03/24), o projeto realizará uma ação de limpeza no Lago pelo Dia Mundial da Água. Saiba mais nas redes sociais do Ocupe o Lago.
Para saber mais sobre ações de preservação da água, escute o Hubcast 48 no Spotify: