No dia 22 de outubro, o Programa Empreendedoras Tech realizou o Meetup de Empreendedorismo Feminino: Olhando para Minha Rede, um evento online que trouxe histórias inspiradoras de mulheres que enfrentam e superam desafios no dia a dia de seus negócios.
O encontro teve como propósito ampliar as conexões entre empreendedoras e fortalecer o ecossistema de impacto, inovação e empreendedorismo.
Entre as convidadas, estavam Amanda Orleans, fundadora do Instituto AB, e Karine Oliveira, CEO da Wakanda Educação. Elas compartilharam suas experiências, destacando como o networking é uma ferramenta poderosa para gerar novas oportunidades.
Vivência no mercado empreendedor
Com trajetórias que combinam inovação, impacto social e uma visão de inclusão e diversidade, Amanda e Karine mostram que é possível fazer negócios promovendo mudanças significativas na sociedade.
Completando mais de uma década de experiência em gestão estratégica e com uma sólida formação em Administração pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA), Amanda Orleans, cofundadora do Instituto AB e especialista em diversidade no ambiente corporativo, enfatizou a importância da união feminina para superar as barreiras do mercado.
Durante o Meetup, Amanda destacou como a união feminina vem superando diversas estatísticas desfavoráveis:
“Nós, enquanto mulheres, enfrentamos diversas estatísticas e obstáculos, então o que fazemos neste ambiente é muito incrível. Essa ideia de que estamos umas contra as outras ficou no passado; hoje, seguimos juntas para subverter esses paradigmas”, afirmou.
Já Karine Oliveira, uma referência em empreendedorismo acessível, é fundadora da Wakanda Educação Empreendedora, uma startup voltada para capacitar empreendedores de comunidades periféricas e ajudar na transformação de suas realidades econômicas.
Karine é conhecida nacionalmente pelo programa Shark Tank Brasil, onde apresentou suas ideias a investidores renomados. Em 2020, ela foi incluída na lista Forbes Under 30, destacando-se entre os jovens mais influentes do país.
No Meetup, Karine reforçou o quanto foi importante o apoio de outras mulheres para o seu crescimento e desempenho como empreendedora:
“Ambientes de aceleração, principalmente aqueles exclusivos para mulheres, são muito importantes. Se eu cheguei onde estou, foi porque muitas mulheres me apoiaram lá atrás”, ressaltou Karine.
Empreendedorismo feminino no Brasil
Segundo pesquisa do Sebrae, o Brasil é o 7º país com o maior número de empreendedoras no mundo. São mais de 32 milhões de mulheres liderando negócios, de um total de 52 milhões de empreendedores no país.
Elas representam 62% dos empreendedores, um marco que destaca o impacto feminino no cenário econômico. No entanto, o empreendedorismo feminino ainda enfrenta desafios estruturais, como a disparidade salarial e obstáculos na obtenção de financiamento.
Embora as empreendedoras brasileiras tenham um nível educacional superior ao dos homens, com 82,3% delas possuindo ensino superior (em comparação a 54% dos homens), apenas 31% das empreendedoras possuem uma renda familiar superior a seis salários mínimos.
Além disso, as taxas de inadimplência entre as empreendedoras são menores: 3,7% para mulheres e 4,2% para homens. Por fim, apesar desse dado, elas enfrentam juros mais altos em financiamentos, com taxas anuais de 34,6%, em comparação a 31,1% para homens.
Dados divulgados pelo Serasa também indicam uma baixa presença feminina na área de tecnologia e inovação: apenas 0,07% das mulheres atuam nessa área, totalizando 69,8 mil profissionais, enquanto entre os homens esse índice é de 0,33%.
A desigualdade salarial também é evidente: 40,4% das mulheres na tecnologia ganham entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil mensais, e apenas 18,2% recebem acima de R$ 7,5 mil.
Empreendedoras Tech: impulsionando inovação e equidade na tecnologia
O Programa Empreendedoras Tech está em sua 2ª edição, visando fortalecer o impacto do empreendedorismo feminino em negócios tecnológicos.
Primeiramente, idealizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o programa oferece apoio e recursos estratégicos para micro e pequenas empresas lideradas por mulheres.
O Empreendedoras Tech é executado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com o Impact Hub Brasil.
De início, a representante do MDIC, a Coordenadora-Geral de Políticas para Comércio e Serviços, Márcia Lins, explicou que o ministério busca, com o programa, abrir o mercado tecnológico para as mulheres.
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Fortalecendo o empreendedorismo feminino na tecnologia
A princípio, “o setor da tecnologia tem uma importância muito grande no PIB. Nossa maior preocupação é igualar as oportunidades entre homens e mulheres, deixando essa porta mais aberta para a participação feminina”, explicou Márcia.
Em primeiro lugar, a consultora do Sebrae, Meena Anjali, complementou a fala de Márcia, apontando que o programa é um grande passo para essa abertura. “Ter 70 mulheres líderes de empresas de tecnologia saindo do programa com conhecimento de mercado é um grande avanço”, enfatizou.
Keicielle Schimidt, Coordenadora-Geral de Inovação Aberta na Diretoria de Inovação da Enap, também ressaltou que o programa é um agente transformador para as participantes e para a sociedade. Primeiramente, “a Enap busca justamente essa colaboração entre governo, setor privado e terceiro setor para transformar a realidade do nosso país. Buscamos trazer inclusão e diversidade para todas as áreas, especialmente o setor de inovação tecnológica”, destacou.
Por fim, a representante do Impact Hub Brasil, Gabriela Werner, Diretora do Impact Hub São Paulo, Floripa e Porto Alegre, reforçou que a rede de conexão entre mulheres no ecossistema é um divisor de águas para as empreendedoras. “O programa promove essas redes fortes entre nós. Eu, assim como vocês, sou empreendedora e fui fortalecida por essa rede de mulheres, mentoras e colegas”, pontuou.
O Empreendedoras Tech se consolida como uma importante ferramenta de equidade e inovação tecnológica.