Líderes de Impact Hubs do Brasil se reuniram em encontro no Rio de Janeiro para discutir estratégias e compartilhar experiências
O Impact Hub Brasil faz parte de uma rede global de espaços colaborativos, comunidades empreendedoras e programas de capacitação, com o propósito de promover impacto social e ambiental positivo. Com presença em diversas cidades no país, o Impact Hub conecta pessoas, empresas e organizações que buscam soluções inovadoras para enfrentar desafios socioambientais. A rede brasileira trabalha em sinergia com a missão global, que é fomentar o empreendedorismo social, colaborativo e sustentável.
Recentemente, líderes dos Impact Hubs brasileiros se reuniram no Rio de Janeiro para discutir estratégias e compartilhar experiências. O encontro teve como foco fortalecer a rede, alinhando os objetivos dos Impact Hubs. Além disso, os participantes trocaram ideias sobre os projetos de impacto e buscando novas formas de colaboração para gerar resultados ainda mais expressivos. Esses encontros são essenciais para consolidar o trabalho de cada Impact Hub em suas respectivas regiões e para a construção de uma rede mais conectada e eficiente.
Relato do Encontro
A fundadora do Impact Hub Grande Vitória e presidente da Associação Impact Hub Brasil, Licia Mesquita compartilhou suas experiências e aprendizados sobre o evento e a importância da colaboração entre os Impact Hubs. Confira a entrevista com a Licia sobre o encontro:
Qual foi o principal aprendizado que você levou da reunião da Associação Impact Hub Brasil no Rio de Janeiro?
O nosso amadurecimento enquanto rede, de enxergar que mesmo que cada Impact Hub localmente trabalhe com uma meta, todos buscam o mesmo resultado. E que o nosso planejamento enquanto Associação, precisam ser coerentes com a nossa capacidade.
Como a troca de experiências no encontro nacional dos Impact Hubs pode influenciar nossos projetos futuros?
A troca de experiência, além de gerar conhecimento, gera engajamento. É o que faz a nossa rede ser tão forte. Sempre tem um Impact Hub precisando de algum apoio, querendo desenvolver algo e sempre tem outro que compartilha a experiência, os sucessos, as dores e gera apoio para o sucesso de quem precisa de ajuda.
Pode compartilhar um exemplo de um projeto que você viu ser adaptado de uma cidade para outra e os resultados dessa adaptação?
Um exemplo: o Impact Hub Manaus desenvolveu um projeto criando o fundo de investimento de Mulheres para Mulheres, onde mulheres aportam dinheiro em um fundo gerido por eles, que financiam projetos de outras mulheres. Isso chamou tanto a nossa atenção em Vitória, que começamos a desenvolver um projeto na mesma linha aqui. Outro exemplo é o Salto, Aceleradora de MEI’s, que o Impact Hub Floripa desenvolveu e que vários outros Impact Hubs adaptaram para as suas realidades. Esse projeto já roda há alguns anos com ótimos resultados.
Quais são os maiores desafios que você enfrenta ao tentar implementar mudanças sociais e ambientais em sua região?
Um dos maiores desafios é mostrar que o que fazemos não é filantropia, não é uma ação social. Mostrar que o Impact Hub é um negócio e que trabalhamos desenvolvendo soluções que transformam a economia gerando resultado financeiro é muito difícil.
Como a colaboração entre diferentes regiões tem ajudado a fortalecer a rede do Impact Hub e suas iniciativas?
Como somos uma rede, é muito bom poder contar com projetos que outros Impact Hubs desenvolveram em nosso portfólio, contar com os aprendizados e resultados. Mostrar o nosso tamanho e a nossa capilaridade nos dá relevância localmente.
De que forma a diversidade regional do Brasil impacta o desenvolvimento e a implementação de projetos de impacto positivo?
Uma das vantagens de se trabalhar em rede é ter clareza de que os impactos positivos precisam ser focados na ponta, naquele local que pretendemos impactar. Isso nos faz descentralizar as ações, descentralizar os participantes dos projetos e capacitar pessoas localmente, ampliando o nosso impacto e dando mais protagonismo local, gerando melhores projetos.
Qual foi o momento mais inspirador do encontro no Rio de Janeiro para você?
Os momentos que sentamos juntos para trabalhar são muito importantes, mas os momentos que geram mais trocas, como café, almoço e o happy hour, são os que mais inspiram. Nesses momentos, acontecem mais trocas, com mais leveza, e surgem conexões para além do trabalho.
Como você vê a evolução da colaboração entre os Impact Hubs ao longo dos anos e quais são suas expectativas para o futuro?
Estamos cada vez mais maduros e mais diversos. A rede Impact Hub, em 2025, completa 20 anos, e é possível ver com clareza que a nossa rede no Brasil e no mundo está mais madura, mais consciente da nossa força, e buscando cada vez mais soluções que geram conexões e resultados potentes. Falando especificamente do Brasil, vemos mais Impact Hubs com projetos colaborativos, desenvolvendo projetos em conjunto, com trocas de experiências mais saudáveis, fortalecendo nossas ações locais para gerar maior relevância e impacto no país.
Quais são as principais ações que você acredita serem necessárias para promover um futuro mais sustentável e justo em nível nacional?
Toda a gestão da Associação é de voluntários, fundadores dos Impact Hubs locais. Isso é importante, mas também limita ações mais impactantes nacionalmente. Estamos no processo de contratar um profissional para apoiar a gestão, deixando-nos mais livres para desenvolver estratégias nacionais. Estamos criando um calendário de eventos com maior representatividade e desenvolvendo um projeto para divulgar e mostrar o impacto e a relevância da nossa rede no Brasil, inspirando mais pessoas e atraindo novos parceiros.
